Lean Manufacturing – Conceito do Sistema Puxado

“Puxar ou Empurrar”, eis a questão!

O Problema:

Por que produzimos / processamos mais que o necessário, gerando estoques da matéria prima ao produto acabado

O equivalente em processos administrativos seriam as transações tratadas em “lotes”, gerando “pilhas / filas” através de meios eletrônicos ou físicos.

Normalmente as respostas para a superprodução / processamento em excesso têm os seguintes argumentos:

  • Temos que atender todos os pedidos dos clientes de qualquer maneira!
  • Há muita “variação” em quantidade e “mix” de produtos nos pedidos dos clientes!
  • Temos que “otimizar” a utilização dos recursos disponíveis na empresa em função de:
    • Longos tempos de troca de produto (“set up’s”);
    • Tamanho do lote mínimo de processamento;
  • Baixa confiabilidade dos nossos fornecedores quanto à qualidade e cumprimento de prazos de entrega;
  • Há muitas paradas não programadas de máquinas, equipamentos e sistemas de informação;
  • Há muita reprogramação de produção e/ou “fura-fila” em função de “incêndios” em clientes preferenciais;
  • Há “picos” e “vales” de demanda (sazonalidades);
  • Temos muitos “Stock Keeping Units – SKU’s”.

A Solução:

Nós da WCBM Consultoria Empresarial Ltda. Aprendemos que “o estoque é um tipo de dinheiro que não serve para comprar nada, nem pagar ninguém, até que ele se incorpore no produto / serviço que os clientes necessitam, e paguem por ele”. Em outras palavras, o estoque é uma solução muito cara para tratar os argumentos acima.

A pergunta que não quer se calar é: “Temos que implementar o fluxo puxado em cada um dos processos?”

Resposta: “Não necessariamente em cada processo, mas no contexto geral o fluxo deve ser puxado e não empurrado”. Em outras palavras: às vezes a natureza técnica do processo induz a um fluxo “empurrado” de lotes, ao invés de “puxado”, devido aos requisitos técnicos do processo, como por exemplo: cromação, fundição, etc., o que gera a necessidade de interrupções programadas (quando o processo permitir) ou o balanceamento da carga do processo de forma a permitir a adequação à demanda, fazendo com que um processo eminentemente “empurrador” se enquadre em um sistema puxado;

Assim a solução mais eficaz deveria basear-se no “Just In Time”, produzindo o que o cliente necessita, na quantidade necessária e entregando no prazo solicitado, através de:

“Um FLUXO CONTÍNUO de materiais e/ou informações em um SISTEMA PUXADO, SINCRONIZADO / BALANCEADO com as necessidades dos clientes.”

Resultados Potenciais:

·         Contribuir para a redução dos níveis de inventários em suas distintas etapas: matéria prima, material em processo (“Work In Process – WIP”) e produtos acabados;

o    A gestão apropriada dos estoques através de ferramentas “lean” como o “kanban” (normalmente associado a um “supermercado”) é muito difundido como exemplo de iniciativas de cunho “lean” nas empresas. Entretanto, apesar do “kanban” ser uma ferramenta para assegurar o fluxo puxado e a sincronização de materiais e informações num sistema “lean”, temos que entender que ele é uma forma de “estoque”, e o estoque é um dos sete desperdícios identificados pela Toyota em seu Sistema de Produção, portanto, passível de melhoria contínua até a sua eliminação.

·         Contribuir para melhorar a “sintonia” e a “sincronização” com as alterações na demanda em “mix” e em quantidade;

o    O sistema puxado permite adotar técnicas que ajudam a minimizar os efeitos negativos da variação da demanda em “mix” e quantidade em todos os processos da cadeia de valor. O sequenciamento e balanceamento através do “Heijunka Box” é um deles, que será tema do próximo artigo.

·         Contribuir para melhorar a efetividade das previsões de vendas em relação à demanda real;

o    Claro que a previsão de vendas é essencial para uma visão de médio e longo prazos, para efeito de gestão da necessidade de recursos internos e da cadeia de suprimentos também. Mas o que que de fato deveria “disparar” todos os processos, seria a demanda real, através da gestão apropriada dos pedidos dos clientes em carteira. A comparação dos números previstos e realizados pode contribuir com aspectos a ponderar para a melhoria do processo de previsão de vendas.

Em Resumo:

A tentação de implementar “modularmente” as soluções exemplificadas pode levar a uma situação insatisfatória quanto aos resultados financeiros e operacionais. A ideia é promover uma implementação metódica e efetiva, o que inicialmente pode requerer algum suporte externo de especialistas no assunto.

Os profissionais da WCBM Consultoria Empresarial Ltda. possuem mais de 20 anos de experiência como executivos na indústria, seguidos de 15 anos em consultoria, e já ultrapassaram a marca de 1.000 projetos de base lean com foco em Qualidade, Entrega, Custo, tanto em nível estratégico como tático, implementados em mais de 200 empresas na América do Sul, América Central, América do Norte, Europa e África do Sul.

Caso queira discutir algum tema deste artigo, fale conosco sem compromisso.

Washington Kusabara

Sócio Diretor e Consultor

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